sem nada nas algibeiras
sem tigre no chapéu
sem pomba na manga
o poeta atravessa o palco
sobre a corda bamba das palavras
de mãos vazias
sem nada nas algibeiras
sem tigre na manga
sem pombas no chapéu
a sala está às escuras
as cadeiras vazias
os músicos partiram
o poeta está sobre a corda bamba
e as palavras foram-se como sempre.
O espectáculo terminou.
Cai o pano.
poesia
o livro do tigre 1976
tradução de isabel meyreles
quasi
2004
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