tu já te despediste
– a verdadeira despedida –
o silêncio já fala por ti
e eu ainda tenho para dizer.
a vida ainda me dá a palavra
e cá estou eu para me embaraçar
e todos embaraçar no meu novelo.
que tão tumultuosos nos trazes em buscar-te,
a tua exigência só à Morte aproveita!
escalamos os dias, dia a dia,
e a memória não relê
ao que a morte pôs ponto-final!
anda por vales e por montes
semeando cores parecidas,
acesas, luminosas, vivas,
por onde nós vamos passando!
Do princípio ao fim
os braços sempre erguidos
as mãos no fim dos braços
por cima das mãos o ar
e depois ponto-final.
poemas
assírio & alvim
2017
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