13 março 2025

armando silva carvalho / soneto

 
 
 
Não há que descobrir ó Luiz Vaz
que vejo num retrato destroçado
se as tuas diatribes de rapaz
são parte acidental do mesmo Fado
 
que qualquer sabe do que é capaz
ao mentir tanto e tanto andar parado
nas paredes do tempo arrepiado
daquilo que se fez ou não se faz
 
quando chegado o tempo dos sem versos
de espelhos para espelhos se passeia
o percurso dos meus olhos perversos
 
que são estas palavras já de areia
distintas também elas dos diversos
sentidos que ninguém nada nomeia
 
 
 
armando silva carvalho
alexandre bissexto, 1983
o que foi passado a limpo, obra poética
assírio & alvim
2007
 



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