31 maio 2024

eduarda chiote / equívocos

 



 
Repetimo-nos.
E à força demolidora do quotidiano
vamos entregando a subtileza
da pele e o apagar dos astros: a servidão – esse
congénito equívoco.
 
E o gelado assombro das presenças
que nos colocam na fronte o tríplice sinal de
lucidez.
 
E nenhuma idade
a tal horror é poupada. Porque, e para além
do pó e o apodrecer das cinzas,
nem mesmo, acredita, a brutal invenção
do espírito.
 
 
 
eduarda chiote
a celebração do pó
asa
2001



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