Como quem sacode
Uma toalha –
Não havia vinho na mesa
E pão a servir de faqueiro.
A paisagem percorrida,
Deixa entrelaçada a respiração
E mãos e boca
Desacompanham-se
Quando te vejo às compras
No mercado.
Dos legumes e fruta levas
A luz já extinta
Da minha juventude.
Para depois.
Porque a noite
É maior do que a língua
Em que falas –
E o laço artilheiro
Que nos serve de fantasia.
No sentido inverso de tudo
Digo o que vai a par
De coisas imaginadas,
E se calha falar da fresca
porcelana é para reter
A luz das mãos do oleiro.
nervo/10
colectivo de poesia
janeiro/abril 2021
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