Todos os poetas fazem versos.
Não eu.
A minha máquina de fabricar palavras
utiliza um alfabeto protoplásmico
que reproduz a tua imagem
incansavelmente
assim eu digo
é tempo que tu partas
e me deixes fazer poemas
como toda gente.
isabel meyreles
poesia
o rosto deserto 1966
tradução de natália correia
quasi
2004
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