18 janeiro 2019

carlos poças falcão / de onde é que me fala a minha língua




De onde é que me fala a minha língua
senão do esquecimento e da deriva, a língua astuta
que mais e mais se arma e desentende, predadora
que no seu próprio laço se embaraça e fica presa?
De que falamos todos, e de onde, e até quando,
seguindo e discrepando? – frases, forças, mil ciências
que um tempo acumula, outro dissipa, em guerras duras
somando feios mortos a vitórias imprudentes.

  

carlos poças falcão
sombra silêncio
opera omnia
2018






1 comentário:

Cléo Gomes disse...



A língua é nossa aliada, mas às vezes, pode ser nossa inimiga.