15 janeiro 2019

ruth fainlight / as portas




Há o trabalho de dar à luz.
Já o conheci – às vezes
lembro até o esforço de nascer.
Para vir está ainda
o trabalho de deixar a vida. Vi como é difícil
para alguns, enquanto outros,
que estavam presentes num momento
a seguir desapareceram. Passei
a porta da carne. Agora, a espera – quanto ainda? –
para aprender a última tarefa
antes de atravessar a porta da terra.



ruth fainlight
a rosa do mundo 2001 poemas para o futuro
trad. ana hatherly
assírio & alvim
2001






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