09 janeiro 2019

flor campino / era tão branca a vila




I
Era tão branca a vila
que cegava.
Andaste os labirintos
da sua cal e acaso.
Com fitas ocres
enleando os muros,
respiram os teus ombros
a brancura, a marca
azul do ar.

II
Do sul te veio a ausência.
Lenços brancos
as clareiras desprendem, invioláveis,
por onde a luz
captura o sono
e esplêndida
te deixa, e solitária.




flor campino
(a aresta das folhas, afrontamento, porto 2000)
da outra margem
antologia de poesia de autores portugueses
organização de maria armandina maia
instituto camões
2001








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