A casa é velha cai caliça
Medem-se os flancos da parede.
Lá dentro a mãe
cá fora o polegar de deus,
que há-de destruí-la.
Vás para que canto vás,
as coisas voltam-se para te fitar,
vacas com sede.
Por detrás dos armários da cozinha
há outros armários
e por trás destes, ainda outros
até ao velho frigorífico.
Aqui adormecem as suas mãos artríticas
a senhora Lena e a senhora Maria...
A velha casa, que muito viajou,
de repente faz memórias, naufraga.
michális ganas
(n. 1943)
«akáthistos deipnos»
atenas, 1985
tradução de manuel resende
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