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é neste muito silêncio que se me repete o tempo
no horizonte impossível
ou no ângulo forte desta sombra sagrada
rebentam sonhos
crepitam anseios de viagem
pela ideia antiga de universo
e de humanidade
estes pássaros
dançam só para mim
estou só
neste céu com que me cobres
e são tão
frescas as melodias da água
que por ti me hei-de um dia
pôr a morrer
(veneza, agosto de 2001)
gil t. sousa
água forte
2005
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