Tinham desaparecido
as casas da cidade.
E havia agora uma praça,
donde a população olhava o céu, à espera.
O avião chegou.
Vinha sobre uma nuvem branca,
que irradiava aromas,
a claridade e a música, pelos ares...
O aviador de fora e à frente,
conduzia-o
e andava no ar como no chão!
De repente o avião desceu
vertiginosamente!
Caía...
E embora não se ouvisse explosão,
em baixo
um fumo negro, imenso, com destroços,
e o fogo, começaram subindo
à altura em que o avião pairava antes.
A multidão,
rápida,
como as águas duma enchente,
escoou-se...
Depois mais nada;
isto é:
somente uma infinita escuridão por sobre
a qual a palavra perdão jamais será escrita!
edmundo de bettencourt
poemas surdos
assírio & alvim
1981
Sem comentários:
Enviar um comentário