a casa
e a casa fecha-se
como uma flor que se gasta
agora
as palavras sobem-na
como raízes
devoradoras
sobre os olhos
entaipados
há esse amor
um vermelho muito alto
tão alto
e a morrer, a morrer
como sangue ao relento
ou livros abandonados
no chão da memória
no desejo
e há um adeus muito triste
um céu antigo
que tudo cobre sem gritar
ternura
é a ternura meu amor
é esta fogueira medonha que se apaga
no coração silencioso
do tempo frio
a casa, amor
o punho fechado do destino
roendo
o que os olhos largaram na rua
o que as mãos pousaram
no coração
para sempre, para sempre, para sempre
gil t sousa
1 comentário:
Lindo...
A cada taco de madeira consegui atribuir-lhe uma cor. E associei-a a cada palavrinha abstracta, a cada ternura, a cada amor, a cada desejo, em passos que são dados por mim a todo o instante.
Guida*
www.rodadosventos.blogspot.com
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