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15 janeiro 2022

adolfo luxúria canibal / insónias

 
 
Passo a noite sentada
No sofá:
Escuto a chuvada;
Bebo chá…
 
Os meus sonhos perdidos estão
Sonhos lindos, sonhados em vão…
 
Se eu soubera
Como tudo se iria passar
Oh quimera!
Não me tinha deixado sonhar!...
 
A chuva chora por mim.
 
Eu tenho insónias!
E a noite em que possa dormir
Ainda está para vir!
 
Ai-ai! Ai-ai! Ai-ai! Ai-ai!
Eu tenho insónias!
 
 
 
adolfo luxúria canibal
no rasto dos duendes eléctricos
(poesia 1978-2018)
cancioneiro 1996-1998
porto editora
2019




 

01 novembro 2020

adolfo luxúria canibal / 1.º de novembro

 
 
Um traço um berço
Dois destinos que se cruzam na lonjura da distância
Erva fálica pelo caminho
 
Distúrbios subúrbios
Automóveis ferrugentos desenhando o horizonte
Os paralelos asfixiam a alma
 
Solidão saudade
Romagens romaria aos queridos defuntos
Carcaças abandonadas ao passado
 
Lágrimas fábricas
Tempo invernoso sublinhando a ausência
A música ouve-se triste
 
Solidão! Saudade! Romagens! Romarias!
Solidão! Saudade! Queridos! Defuntos!
 
 
 
adolfo luxúria canibal
no rasto dos duendes eléctricos
(poesia 1978-2018)
cancioneiro 1984-1985
porto editora
2019




30 setembro 2019

adolfo luxúria canibal / nós somos aqueles




Nós somos aqueles
Contra quem a televisão nos preveniu
Somos o lixo Os párias
Os deserdados da fortuna
As nossas armas são de plástico
E esguicham água suja
A nossa força é a fúria de viver
Nada temos de nosso porque tudo nos pertence
No assassínio e no roubo
Encontramos o prazer do jogo
As brincadeiras perdidas da nossa infância
A nossa liberdade
Está na medida da satisfação das nossas necessidades



adolfo luxúria canibal
no rasto dos duendes eléctricos
(poesia 1978-2018)
epístolas da guerra 1999
porto editora
2019