11 dezembro 2025

luís miguel nava / o poema

  
 
É um arbusto, armados
ainda nele os últimos relâmpagos,
o poema.
 
A pedra cai no ventre
da água – a fruta poderosa, as páginas
onde a brancura se estilhaça, o lenço
como um relâmpago.
 
Os cães brilham ao alto
– são eles o arbusto
de imagens onde a força miúda
como um leão íris
a atravessa o poema encarcerado em sua própria imagem.
 
A pedra, digo, cai no ventre
da água como um punho
 
– agora está no fundo desta imagem.
 
 
 
luís miguel nava
películas
poesia completa (1979-1994)
publicações dom quixote
2002




 

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