luminosa atravessa a estrada, o escuro,
procura-te na casa e na cadeira,
procura-te no meio
das ilusões, sentenças, lodo, esperas,
encontra-te no quente à minha volta,
reencontra o teu corpo, minha auréola,
a paz de ter morrido e de viver:
tuas mãos passeantes, teu cabelo
suado no esforço de me dares
orografias de serras e de mares,
teu lume, tua água, teu novelo,
a tua voz mais baixa que o meu braço,
nosso ar, nossa meta, sol, cansaço.
escrito de memória
tábua das matérias
poesia 1956/1991
círculo de leitores
1995
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