20 de abril
Entro no bar dos enfermos. Ele está repleto de
folhas secas e amarelas que lembram pessoas velhas. Caminhando na direção do
balcão, piso em algumas delas, que se parecem com álbuns ou lembrancinhas. O garçon
apoia os cotovelos no balcão do bar, próximo à sua cabeça há uma Coca-Cola. Ele
me conta de um crime que cometeu há muito, muito tempo. Então esfrega um pano
de prato em sua testa e sussurra: oh, minha cabeça, minha pobre cabeça!
leopoldo maría panero
poemas do manicômio de mondragón
trad. ayrton a. badriah, pedro spigolon e tiago rendelli
editora urutau
2024
Sem comentários:
Enviar um comentário