dos arrabaldes portuenses. Alta, toda loira,
só lhe faltava miar. De longe e de perto a segui
ao longo dos anos mais tolos. Uma tarde,
no acaso de uma rua: meu amor perdido,
ainda moras em Vilar do Paraíso?
Quando lhe telefonei dias depois
quis perguntar quanto é que eu ganhava.
Ao saber que era tudo lágrimas e livros,
ouvi – ai sim? – como arrefecia o paraíso
do outro lado da linha. Os meus 25 anos
aprenderam aí uma lição qualquer.
Mas já não me lembro muito bem
que aplicação ela teve, na gorada sequência
desses meses. A que só volto, agora,
porque já posso rir-me à vontade.
vista para um pátio seguido de desordem
relógio d´água
2003
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