[…]
«E como o sal está no trigo, o mar em ti no seu princípio, a
coisa em ti que foi do mar, deu-te esse sabor a mulher ditosa de quem nos aproximamos…
E o teu rosto está derrubado, a tua boca é fruto a consumir, no casco do barco,
dentro da noite. Livre o meu alento na tua garganta, e o remontar por todos os
lados dos lençóis do desejo, como nas marés de lua próxima, quando a terra
fêmea se abre ao mar salaz e dócil ornado de bolhas, até aos seus pântanos, às
suas maremas, e o mar alto nas pastagens faz o seu ruído de nora, a noite está
cheia de eclosões…
[…]
saint-john perse
habitarei o meu nome
antologia
tradução de joão moita
assírio & alvim
2016
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