25 de Outubro de 1938
A imaginação humana é imensamente mais pobre do que
a realidade. Se pensamos no futuro, vemo-lo sempre desenvolver-se segundo um
sistema monótono. Não pensamos que o passado é um multicolor caos de gerações. Isto
pode também servir para nos consolar dos terrores causados pela «barbárie
técnica e totalitária» do futuro. Nos cem anos mais próximos poderá produzir-se
uma sequência de, pelo menos, três momentos, e o espírito humano poderá,
sucessivamente, viver na rua, na prisão e nos jornais.
O mesmo se pode dizer do futuro pessoal.
cesare pavese
o ofício de viver - diário
(1935-1950)
trad. alfredo amorim
relógio d´água
2004
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