08 abril 2014

paul auster / fragmento de frio



Porque cegamos
no dia que sai connosco,
e porque vimos o nosso hálito
embaciar
o espelho do ar,
a nada se abrirá
o olho do ar
senão à palavra
que renunciamos: o inverno
terá sido um espaço
de maturidade.

Nós que nos tornamos nos mortos
de outra vida que não a nossa.


paul auster
poemas escolhidos
tradução de rui lage
quasi
2002



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