não colher as mãos,
alimentar os objectos.
tocá-los devagar, deixando
o fio correr desde
o ar até à ponta dessa
sombra onde repousa
o mundo. tenho a certeza
de que algo se
mexe no silêncio. olho uma
vez. olho uma vez.
sei que falas com as
coisas. que tens um pacto
com as rãs, outros
pequenos animais, certos verdes
hereditários gestos. que
nem que quisesses me
poderias contar. e sei de
tudo limpo e é para ti que
inclino as mãos quando
percorro as cidades e as
esqueço. esta pequena
saudade é uma floresta
de silêncios. sou capaz de
adormecer sobre o fogo.
rui
costa
a
nuvem prateada das pessoas graves
quasi
2005
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