Era um corpo inteiramente
português.
Transido de ternura
o óleo das suas mãos
protegia-me
o coração.
Não sei que mecanismo
despertava em si
quando chorava,
fazia crescer a relva,
meus dentes indecisos
como crias
corriam e devoravam.
Escreveu-me duas cartas
em cima de um tractor
e nelas descrevia
em frases simples
o modo tortuoso
que me fez traidor.
armando silva carvalho
as escadas não têm degraus nr. 3
livros cotovia
1990
2 comentários:
Poema que grita
O cabeçalho está muito bonito, ainda melhor que a fotografia
Enviar um comentário