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oratórias de Bach
e uma fileira de árvores nuas
o vento é um calendário antigo
arrumado na gaveta mais funda
as jarras, os cinzeiros,
todos os vidros com
aquela pose de diamante
que durante tanto tempo
me encheram os olhos
numa caixa sobre a mesa
estão amarradas as últimas palavras
escritas em papel surdo
numa caligrafia mortal
gil t. sousa
falso lugar
2004
1 comentário:
É uma tarde invisível?
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