21 novembro 2009

valerio magrelli / imaginei muitas vezes os olhares












Imaginei muitas vezes que os olhares
sobrevivem ao acto de ver
como se fossem hastes,
trajectos medidos, lanças
numa batalha.
Penso então que dentro de uma sala
há pouco abandonada
esses traços devem ficar
por algum tempo suspensos e cruzados
no equilíbrio do seu desenho
intactos e sobrepostos como os paus
do mikado.






valerio magrelli
a espinha do p
trad. rosa alice branco
poetas em mateus
quetzal
1993




1 comentário:

Sara Fidiró disse...

Fascinante este texto. Parabéns.