só estas horas
me tocam de infinito
o tempo
parado na fenda dos dias
a voz
subindo a rebeldia do corpo
somos água
transbordamos de silêncio
no desassossego
no caos da raiz que nos inventa
infimamente
divisamos o mundo
e escolhemos
o melhor abismo
tu és
a minha escarpa
o segundo
que me demora
o cair
nas estrelas
não te esfumes
não pereças
nos urbanos
jardins
que me sufocaram
o sonho
sustenta o canto
que me chama
até ti
como uma corrente
e deixa-te
fundir no éter
como se uma luz
nos escrevesse o nome
numa impossível
escuridão
gil t. sousa
poemas
2001
3 comentários:
É bom ler-te.
Isabel
Belíssimo, delicado, sensível.
Tão belo, tão leve, tão digno do nosso tempo, das nossas horas...
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