ias num fio de lume
quase água
quase o mar a noite
quase a corrente
os lábios
os teus lábios quase ilha
dentro dela quase o mundo
as linhas
todas as linhas o mapa
quase o segredo
que pintei no coração
um fio de névoa te levava
aranhas doces os teus olhos
asas que me tecias
e gestos quase um sismo
pedras mudas a minha voz
e dançava
quase dançava
gil t. sousa
poemas
2001
3 comentários:
Que belo, Gil! Parabéns
Belo, sim.
Faz todo o sentido que a poesia
tenha destas coisas que só se abarcam com um certo olhar; daí
que ela se transcenda como escrita
viva no sentido da tecelagem,
da forja, da olaria... da palavra cinzelada.
(Muito) mais que artista o poeta
é um artesão e é neste meandro que
eu gosto de ler o gil t. sousa.
Saravah amigo.
.
ex-Feel (lembras-te?)
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