19:40
o relógio da estação marcava
dezanove e quarenta
um alto e entroncado homem
sorria de um dos lados da linha
todos os dias
do outro sorria uma mulher
com os seus dezanove
e quarenta anos
a reter, os brincos da mulher
estridentes de silêncio
e as botas dele
invulgarmente mudas
a dilecção dela
eram homens pontuais
a dele mulheres
sorridentes ao silêncio
dia dezanove de um mês
invernoso
do ano de quarenta
de um lado da linha
não havia vislumbre
de mulher ou homem
e do outro
também não
nuno travanca
o relógio da estação marcava
dezanove e quarenta
um alto e entroncado homem
sorria de um dos lados da linha
todos os dias
do outro sorria uma mulher
com os seus dezanove
e quarenta anos
a reter, os brincos da mulher
estridentes de silêncio
e as botas dele
invulgarmente mudas
a dilecção dela
eram homens pontuais
a dele mulheres
sorridentes ao silêncio
dia dezanove de um mês
invernoso
do ano de quarenta
de um lado da linha
não havia vislumbre
de mulher ou homem
e do outro
também não
nuno travanca