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De entre os seres vivos que têm o dom da sensibilidade
haverá algum que não ame, mais do que todas aparições feéricas do extenso espaço que o rodeia, a
luz, em que tudo rejubila as suas cores, os seus raios, as suas vagas, e a
suave omnipresença do seu dia que desponta? Como se fora a alma mais íntima da
vida, respira-o o gigantesco orbe dos astros sem repouso, que flutua dançando
no seu fluxo azul - respira-a a pedra faiscante, em sempiterna paz, as plantas
sugadoras e meditativas, e os animais selvagens e ardentes, de tão várias
figuras - todavia, mais do que todos, respira-o o excelso Estrangeiro, de olhar
pensativo, passos incertos, lábios docemente apertados e repletos de harmonias.
Como um rei da terrestre Natureza, ela convoca todas as potências para inúmeras
transformações, prende e desprende perenes vínculos e envolve todos os seres
terrenos na sua celeste imagem. Somente pela sua presença desvela toda a
maravilha dos impérios do mundo.
[...]
novalis
os hinos à
noite
tradução fiama hasse pais brandão
assírio & alvim
1998