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16 março 2023

maria andresen de sousa / quando tudo ardeu

 
 
Quando tudo ardeu olhaste a árvore de cinza,
o gelo, o seu recorte de Inverno: e disseste: basta;
 
ficas nessa posição, nela hibernas
porque tu amas a paragem no que basta
 
um dia ébrio, um tanto, na sua luz
de frio; a sentença, tão breve e precisa
 
 
 
maria andresen de sousa
relâmpago
revista de poesia
nr. 16/4 2005
luís miguel nava
fundação luís miguel nava
2005
 



26 outubro 2017

maria andresen de sousa / o pequeno mundo do pequeno escrevinhador



Aquele que ali traz um corpo hirto, nele se movendo
como em andas (lembrar Goya, a amarelada luz goyesca,
os homens altíssimos em perónios de pau e tropeçantes)

Aquele é um corpo que obedece a esticadores, o próprio rosto
marcado como cego, excepto à luz rasca da escusa ocasião; ele é
o que túneis discretos escavará em terrenos de um senhor

complacente e desatento;
“se não mais, usarei do meu servil talento
Obstinado e lento”




maria andresen de sousa
relâmpago
revista de poesia
nr. 16 abril
2005