Mostrar mensagens com a etiqueta edwin arlington robinson. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta edwin arlington robinson. Mostrar todas as mensagens

10 novembro 2013

edwin arlington robinson / richard cory



Quando Richard Cory ia à cidade,
As pessoas na calçada se voltavam para ele;
Era, da cabeça aos pés, um cavalheiro,
Os traços nítidos, senhorialmente esbelto.

Sabia vestir-se, mas sem afectação,
Quando falava era sempre muito humano;
Todavia, o coração acelerava-se ao ouvi-lo dizer: “Bom dia!”
E ao andar dir-se-ia que tinha uma auréola.

Era rico, sim, mais rico do que um rei
E admiravelmente destro em todas as artes;
Nós, enfim, não nos cansávamos de supor
Que estar no seu lugar seria mais do que um sonho.

E assim trabalhávamos, aspirando à luz,
A maldizer o pão, vivendo quase à míngua:
E, numa calma noite de estio, Richard Cory
Foi para casa e estourou os miolos.



edwin arlington robinson
(e.u.a., 1869-1935)
tradução de breno silveira