14 setembro 2025

salvador dali /diário de um génio



 
12 de agosto, 1953
 
 
À noite grande largada de balões. Um deles tem a forma de um camponês catalão. Quase que se incendeia e em seguida perde-se no infinito. Quando já está do tamanho de uma pulga, alguns dizem: «Ainda o vejo!», outros: «Perdeu-se!». Alguém julga sempre que pode vê-lo ainda. Isso faz-me pensar na dialéctica de Hegel que é tristíssima porque nela tudo se perde no infinito: cada dia teremos mais necessidade do espaço finito.
 
Vemos cair do céu uma estrela verde-veronese, a maior que já vi e comparo-a a Gala que foi para mim a mais bem visível estrela cadente, a mais bem delimitada, a mais perfeita.
 
 
 
salvador dali
diário de um génio
tradução de josé luís luna
ulisseia
1965
 




 

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