O
pensamento transforma a imprecisão de um verso. Pode torna-lo rígido,
esplendoroso ou simplesmente fazer que a loucura o contamine. Se o riso alastra
no poema e não para de crescer sabemos que a perturbação atingirá toda a
página. O verso é uma sombra, um fio errante e solitário sem identidade. O poeta
terá o mesmo destino, uma vez que corpo e alma são a textura de um único
universo.
No perfil
do meu rosto a luz provoca e anula o grito. Ao lembrar Edvard Munch, a treva
das cores, também eu sou a cinza do que escrevo.
29.11.89
isabel de sá
hífen 6 fevereiro, 1991
cadernos semestrais de poesia
heresias
1991
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