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Nós aqui, diz ela, só temos um sol por mês, e por
pouco tempo. Esfregamos os olhos com vários dias de antecedência. Mas em vão. Tempo
inexorável. O sol só chega à sua hora.
Depois, temos uma data de coisas a fazer, enquanto
dura a claridade, apesar de mal termos tempo para nos olharmos um pouco.
O que nos aborrece na noite é quando é preciso
trabalhar, e é preciso: nascem anões constantemente.
henri
michaux
(escrevo-lhe de um país distante,
1942)
antologia
trad. margarida vale de gato
relógio d´água
1999
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