08 dezembro 2009

alejandra pizarnik / um sonho onde o silêncio é de ouro






O cão do inverno ferra o meu sorriso. Foi na ponte.
Eu estava nua e levava um chapéu com flores e
arrastava o meu cadáver também nu e com um
chapéu de folhas secas.

Tive muitos amores – disse – mas o mais formoso foi
o meu amor pelos espelhos.







alejandra pizarnik
antologia poética
trad. alberto augusto miranda
edit. o correio dos navios
2002







1 comentário:

Alusão ao desencanto disse...

"É que narciso acha feio o que não é espelho" Será que há alguma semelhança?