O caracol tapou bem os olhos
Com cera,
Meteu a cabeça no peito
E olha fixamente
Para dentro.
Em cima dele
A casca —
A sua obra perfeita
Que lhe mete nojo —
À volta da casca
O mundo,
O resto do mundo,
Disposto aqui e além
Segundo certas leis
Que lhe mete nojo —
E no centro deste
Nojo universal
Está ele —
O caracol,
De que sente nojo.
marin sorescu
simetria
tradução colectiva revista, completada e apresentada
por egito gonçalves
poetas em mateus
quetzal
1997
4 comentários:
gosto :)
Muito bom, muito bom mesmo....gostei deste texto!
Gostei também do blog, muito bacana!!
Abraço,
Rafael
Amei suas poesias!
beijos
Fantástico. Adoro Marin Sorescu. O caminho, A roda...
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