hoje, noite de abril, sem lua,
a minha rua
é outra rua.
talvez por ser mais que nenhuma escura
e bailar o vento leste
a noite de hoje veste
as coisas conhecidas de aventura.
uma rua nova destruiu a rua do costume,
como se sempre nela houvesse este perfume
de vento leste e primavera,
a sombra dos muros espera
alguém que ela conhece.
e às vezes, o silêncio estremece
como se fosse a hora de passar alguém
que só hoje não vem.
sophia de mello b. andresen
obra poética I
caminho
1999
3 comentários:
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
*Fernando Pessoa*
Vale sempre a pena andar aqui por perto!
Doces Beijos
Assim lindo infante, que dorme tranqüilo,
Desperta a chorar;
E mudo e sisudo, cismando mil coisas,
Não pensa — a pensar.
*Gonçalves Dias*
E mais uma vez venho me encantar...
Bejos doces!
lindíssimo este poema :)
Enviar um comentário