17 setembro 2007

sentires




sobre os dedos caiem pensamentos
medos concentrados, razões, limites
nos limites ficam as paisagens redondas do dia
do dia caiem artérias fundidas,
abismos em cápsulas adormecidas.


lateja o brilho que toca na pedra.
ávido o coração fecha-se na soturna ausência

abrem-se sonhos frios
abandonados em corpos sem rosto,
imagens ilegíveis e desoladas
crescem próximas do vento.

a mistura da vida
é venenosa na miséria consentida
ao fundo erguem-se cidades
sísmicas
cardadas em teias de fumos


a casa é o corpo corroído
o caos da desordem
ou o fascínio do imprevisto.

o olhar recolhe singrando o mar
atento ao sobressalto nocturno.

obsessiva é a voz
nas horas que demoram a passar





l.maltez




1 comentário:

Isa e Luis disse...

Que o dia te sorria:))

Gosto muito de te ler.

Obrigada pela partilha ,mais um belo poema que nos presenteias.

Beijo

Isa