PENSO que se não vive do que passou. Amámos criaturas que hoje nos
repelem. Como refazer um tempo liquidado, irrevertível, em que as idades e os
caracteres eram outros? Não. Cada tempo se bastou e a si próprio se consumiu;
os seus resíduos não têm aparência, vitalidade nem calor. Resignemo-nos ao
presente, constante, absorvente, tenha que carácter tiver.
irene lisboa
1949 a 1957
solidão II
portugália
editora
1966
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