depois do mar,
das cidades poluídas e dos morros verdes,
um homem que me disse que não morreria.
através das lembranças
que não são feitas de dias e anos,
mas de constelações,
desse homem
com um boné manchado de suor
e os olhos pequenos atrás dos óculos de sol.
ele me falava de nomes raros,
do prazer de beber a cachaça envelhecida
e dos desenhos que fazia –
gostei da cachaça, todavia não dos traços.
aqui onde o negro e o branco
só se mesclam no céu –
recebo a notícia que
o corpo desse homem
aduba as canas-de-açúcar.
para quem está se afogando, crocodilo é tronco
urutau
2023