eclipse
há um piano a tocar(te) no quarto.
Fixas os olhos em mim e deixas o tempo passar
atrasando as horas
negando beijos
adormecendo na minha mão, todos os dias mais um pouco.
[Amo-te porque existo]
Sopro água nesse rosto
conto as gotas e adormeço no banco das tuas mãos transparentes.
Flutuas sobre a cama na força que drenas do corpo tocado Existes eternamente nua em cada marca que os meus lábios deixaram [em cada regresso] Com um gesto fechas os olhos, dás-me outro mundo, guardando-me dentro de ti como fazes aos segredos.
PS - Conservo os teus mamilos em absinto queimado, ainda me ardem na boca.
rui martins