Parecia-me que estava tudo enevoado e nacarado à
minha volta, com presenças múltiplas e indistintas, entre as quais, no entanto,
apenas se desenhava com bastante nitidez a figura de um homem jovem cujo
pescoço demasiado longo parecia, por si só, anunciar o carácter simultaneamente
cobarde e refilão da personagem. A fita do chapéu tinha sido substituída por
uma guita entrançada. Discutia depois com um indivíduo que eu não via; a seguir,
como que amedrontado, lançava-se na sombra de um corredor.
Uma outra parte do sonho mostra-mo a caminhar com o
sol a pino, em frente da estação de Saint-Lazare. Está com um companheiro que
lhe diz: “Devias mandar acrescentar um botão ao teu sobretudo.”
Nesse momento, acordei.
raymond
queneau
exercícios de
estilo
tradução colectiva
edições colibri
2000