Andar,
pacificamente
entrar num dos olhos.
Como ler? Com os olhos?
Do alto das cúpulas chovem os frescos,
poeira colorida cai nos olhos.
Lugar rigoroso no ar onde parou o orador:
como quando dentro da estação silenciosa
chega o vagão-cisterna em chamas
e derrete os carris,
ilumina os campos alagados,
e a terra crepita,
sequiosa nesse inferno,
imóvel.
Pode ser que vós, envoltos em claridade,
pergunteis (espaços frios)
pelo fogo.
Por entre a chuva vistes chegar a onda
transparente.
Clareira dourada da floresta,
apenas arrepios,
vogais.
ivan laucik
mobilis in mobile
colecção poetas em mateus
trad. pedro mexia
quetzal
1999