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03 outubro 2011

ivan laucik / a amargura do vento inunda





Andar,
pacificamente
entrar num dos olhos.

Como ler? Com os olhos?
Do alto das cúpulas chovem os frescos,
poeira colorida cai nos olhos.

Lugar rigoroso no ar onde parou o orador:
como quando dentro da estação silenciosa
chega o vagão-cisterna em chamas
e derrete os carris,
ilumina os campos alagados,
e a terra crepita,
sequiosa nesse inferno,
imóvel.

Pode ser que vós, envoltos em claridade,
pergunteis (espaços frios)
pelo fogo.
Por entre a chuva vistes chegar a onda
transparente.

Clareira dourada da floresta,
apenas arrepios,
vogais.





ivan laucik
mobilis in mobile
colecção poetas em mateus
trad. pedro mexia
quetzal
1999