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15 março 2008
hugo van hofmannsthal / balada da vida exterior
E crianças crescem com olhos fundos,
Que nada sabem, crescem e logo morrem,
E toda a gente segue o seu caminho.
E frutos doces saem dos amargos
E caem de noite, pássaros mortos,
E ali ficam uns dias e apodrecem.
E o vento sopra sempre, e sempre nós
Ouvimos, dizemos muitas palavras
E sentimos prazer, membros cansados.
E estradas cortam campos, e lugares
Há-os aqui e ali, com luzes, árvores, lagos,
E ameaçadores, secos, já mortos…
Quem os ergueu? Para quê? Nenhum é igual
Aos outros. E são tantos, não têm fim…
Que mão nos manda riso, choro, pavor?
De que serve tudo isso e estes jogos,
A nós, já grandes e eternamente sós
E sem buscar um fim nesta jornada?
De que serve ter visto tanta coisa?
E afinal muito diz quem só diz «noite»,
Palavra de onde escorre triste melancolia
Como mel espesso de favos vazios.
hugo van hofmannsthaláustria (1874-1929)
trad. joão barrentorosa do mundo
2001 poemas para o futuroassírio & alvim
2001
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