Furtei a Deus um mistério
Para que nele ardesse o Outono - teu beijo!
Dancei, cobri-te de sangue
E acendi fogueiras para veres as cidades à noite.
Derrubei a flor na pólvora - sedutora
monstruosa de mãos púrpuras
que ao tempo errado almejou fim.
Minha história, dobra-se nua ao instinto
Zoa de imagens sabotadas e tempestuosas
Respira para que em ti o abraço seja quente
e relutante como o punho dos mares.
Por isso, eu sei
que meu espírito, um dia
Herdará da fome
uma estação do
Inferno.
henrique guimarães