24 outubro 2025

ana paula inácio & sandra costa / menos uma hora nos açores

 

 
9.
 
Devia ter sido o último poema do ano.
Um sino na paisagem a marcar
as horas. Um desalinho momentâneo
como uma arritmia, demasiado breve
para ser sombra, não ousando ser
árvore para que nenhum pássaro
ali pouse e seja música.
 
Chegando sempre tarde,
é o primeiro, e nele ressoa
a enumeração de todos
os elementos que nos circundam
mas que, por inabilidade
semântica ou biológica,
são sempre distância.
 
 
 
ana paula inácio & sandra costa
menos uma hora nos açores
volta d´mar
2022








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