06 dezembro 2010

mário cesariny / julião os amadores






Já nada temos a fazer sobre a Terra esperemos de olhos
fechados a passagem do vento
dizia eu dizia eu
que é sobre a missa branca do teu peito que se erguem os
palácios rasos de água
no escuro no escuro
alguém nos levará tocando-nos com um dedo nós trémulos,
deitados, sem dizer palavra, morremos de ter-nos
conhecido tanto
e depois? e depois?
depois o halo de uma fita azul o martelo esquecido sobre a
pedra de um sonho
mas os salões? e a casa?
e o cão que nos seguia?


o teu rosto meu rosto
este homem alto
o Sol






mário cesariny
manual de prestidigitação
assírio & alvim
1981







1 comentário:

Calpurni disse...

No meu blog há uma imagem com o seu poema. (Escrito com o tradutor do Google).
De saúde.
http://calpurni.blogspot.com/