124 - Há um limite para se ser profundo. Há um limite para se ser subtil. Há um limite para se ser bom observador. Nós temos de nos mover num mundo de limites para a viabilidade de se ser. O limite da profundeza é a escuridão. O da observação é o do microscópio electrónico. Mas tudo no homem é assim. Para lá de certos limites é a confusão, a gratuidade, a loucura. Assim o grande amor se reconhece na morte ou o excesso da razão na confusão ou sofisma ou absurdo ou impensável ou gratuito. Todo o excessivo no homem é desumano ou degenerescência ou vazio. Mas que há de grande no homem senão o excesso de si? E é decerto aí que mora Deus. Ou mais para lá.
vergílio ferreira
escrever
edição de helder godinho
bertrand editora
2001
3 comentários:
A fonte de Parnaso com todo o esplendor!
"Mas que há de grande no homem senão o excesso de si? E é decerto aí que mora Deus. Ou mais para lá."
Por certo será!...
Saudações
*__bonecadetrapos__*
ilimitado
e
inimitável
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