regressar a casa
despir o véu da rua
subir os outros
degrau a degrau
deixá-los
no cimo dos dias
ali
imóveis, pintados
sem doerem
e ir à procura das palavras
das fiéis palavras
que nos esperam
que nos esperaram sempre
com um vinho forte na mão
uma droga
ou um sonho
ou apenas
um sonho
ou então um cavalo
um louco cavalo
uma máquina iluminada
de fugir
de ir
pelo gume mais aceso das montanhas
e voltar
pela maré serena
dos rios
gil t. sousa
poemas
2001
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