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28 março 2012

rui miguel ribeiro / o silêncio





A morte dos sonhos e a solidão
são medidas e pesadas como todas
as minhas excreções, de 8 em 8 horas.
Neste breve parêntesis de químicos
entre a febre e as carências
que amparam o pensamento
cai sobre o dia uma luz sem ruído,
sem outro objectivo que o silêncio,
esse mapa de futuro isento da morte,
que me faz contemplar ─ Hoje começou a primavera.





rui miguel ribeiro
resumo
a poesia em 2009
assírio & alvim
2010




21 abril 2010

rui miguel ribeiro / berlin (seestrasse 118)










Subimos até ao quarto que dá
para o pátio interior desta cidade
distante e estrangeira.

Partilhámos a meias a solidão
sob um nome que não pronunciamos
como os nossos, próprios.

Trocamos iniciais e algumas verdades
tão mentirosas como qualquer confissão.
Libertámo-nos do pudor como
o assassino que limpa a sua arma.


Trinta e cinco anos.
O mais eficaz dos calibres.








rui miguel ribeiro
telhados de vidro nr. 13
novembro de 2009
averno